Por uma arquitetura essencial.

10.10.10

Lina do Brasil

Sábado à tarde no Sesc Pompéia, um espaço de lazer e cultura em plena paulicéia. Na passarela de entrada vêem-se crianças calçadas com chuteiras correndo da chuva torrencial. Elas gritam eufóricas. Três meninas de cabelos amarrados e joelheiras se apressam para a partida de handebol prestes a começar. De um lado, mesinhas ao ar livre servem à lanchonete e de ponto de encontro para uma conversa - quando não está chovendo, claro. Do outro, há o acesso para o grande galpão que abriga as áreas de estar, as salas de jogos, as mesas de leitura da grande biblioteca, as mostras de arte ou fotografia. Todos esses espaços se interligam e, embora separados por muretas ou escadas, compõem um só lugar.

Se estivesse viva e visse essas cenas, a arquiteta Lina Bo Bardi, que projetou o lugar ao longo de uma década entre 1976 e 1986, se sentiria realizada. Promover o encontro entre pessoas, o lazer, a conversa e a informação era tudo o que Lina queria com seu trabalho. Ao projetar o Sesc Pompéia, ela deu sua versão em concreto e tijolo de um espaço que atende às nossas necessidades mais simples, como encontrar amigos e sentir-se bem.











Fotos tiradas por Astor Träsel Junior em janeiro de 2007.
Texto editado da revista Vida Simples por Mariana Lacerda.